O ataque terrorista do Estado Islâmico (EI) na Rússia deixou centenas de mortos e feridos em uma casa de shows em Moscou, na sexta-feira (22).
O atentado foi realizado, mais especificamente, pelo Estado Islâmico-Khorasan (EI-K, ou ISIS-K em inglês), um braço afegão do grupo terrorista muçulmano.
Segundo autoridades russas, ao menos cinco homens armados invadiram o local enquanto a banda Picnic se preparava para se apresentar.
Neste sábado (23), o Estado Islâmico disse que o ataque é parte de uma “guerra violenta” contra países que combatem o islã.
A Rússia é considerada inimiga do Estado Islâmico porque o governo de Vladimir Putin apoia o ditador da Síria, Bashar Al-Assad, que expulsou a organização terrorista do território sírio.
Neste sábado (23), inclusive, faz cinco anos que o Estado Islâmico perdeu o seu último território na Síria, a vila de Al-Baghouz.
Na ocasião, as Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos Estados Unidos, assumiram o controle do local.
Em seu auge, o Estado Islâmico chegou a governar quase 8 milhões de pessoas na Síria e no Iraque, ganhando bilhões de dólares com a exploração de petróleo e usando esses territórios como base para atacar outros países.
E como surgiu o Estado Islâmico-Khorasan?
Meses depois de o Estado Islâmico declarar um califado no Iraque e na Síria, em 2014, combatentes que saíram do talibã paquistanês se uniram aos militantes no Afeganistão para formar um braço regional. Eles juraram lealdade ao líder do EI, Abu Bakr al Baghdadi.
O grupo foi reconhecido formalmente pelo comando central do EI no ano seguinte à sua instalação no nordeste do Afeganistão, nas províncias de Kunar, de Nangarhar e do Nuristão.
Também estabeleceu células em outras áreas do Paquistão e do Afeganistão, incluindo Cabul, segundo monitores da ONU.
As últimas estimativas de sua força variam de milhares de combatentes ativos até 500, conforme relatório do Conselho de Segurança da ONU divulgado em julho passado.
“Khorasan” é um nome histórico da região que inclui partes de onde ficam atualmente Paquistão, Irã, Afeganistão e Ásia Central.
Que tipo de ataques o EI executa?
O EI-K reivindicou alguns dos ataques mais violentos dos últimos anos no Afeganistão e no Paquistão.
O grupo massacrou civis nos dois países em mesquitas, santuários, praças e até hospitais, além de ter executado ataques contra muçulmanos de alas que considera hereges – em particular os xiitas.
Em agosto de 2019, o EI-K reivindicou a autoria de um atentado contra os xiitas durante um casamento em Cabul que deixou 91 mortos.